Este artigo apresenta uma discussão sobre os valores humanos a partir de uma situação de abrupta mudança organizacional gerada por uma operação de aquisição. O objetivo desta pesquisa teórico-empírica foi compreender como os funcionários que vivenciaram a operação de aquisição da instituição financeira em que trabalhavam conseguiram lidar com essa situação a partir dos valores humanos. A pesquisa é qualitativa, descritiva, de corte temporal seccional com perspectiva longitudinal. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e interpretados pela técnica da análise de conteúdo. A lente teórica deste estudo se sustentou no modelo de Rohan (2000), sobre o sistema de valores pessoais, o qual traz como inovação a ideia de que os valores têm mais do que um papel na sobrevivência dos indivíduos por serem, conforme denomina a autora, guias para a melhor forma possível de viver. Os resultados nos levam a concluir que, embora haja divergências nos sistemas de valor pessoal e de prioridade social dos entrevistados, ou seja, no modo como eles encaram e guiam seus comportamentos e atitudes diante de uma mesma situação, eles encontraram a melhor forma possível de viver perante a operação de aquisição, na medida em que conseguiram respeitar e preservar seus valores pessoais para se adaptarem às novas circunstâncias de trabalho, sem que isso lhes representasse sofrimento. Essa interface entre os valores humanos dos entrevistados e a mudança organizacional por eles vivenciada ressalta, portanto, aspectos que vão além da adaptação dos indivíduos para sobrevivência e para a participação em uma sociedade. Ao mesmo tempo, mostra que a complexa formação de um grupo pode conter sistemas de priorização de valores pessoais e sociais diversos em diálogo, sem com isso implicar homogeneidade para lidar com uma mesma situação. Essa compreensão justifica, finalmente, o motivo pelo qual os funcionários, ao preservarem os seus valores, desenvolveram novas atitudes e comportamentos que lhes deram condições de permanecer trabalhando na instituição adquirente, pois, ao fornecerem diferentes significados à situação vivenciada, experimentaram novas formas de pensar e sentir o seu fazer.
This article presents a discussion about human values in a situation of abrupt change caused by an acquisition operation. The aim of this theoretical and empirical research is to understand how the employees, who experienced the acquisition of the institution where they worked, managed to cope with the situation, considering their human values. This is a descriptive qualitative research, with a sectional temporal cut and a longitudinal perspective. Data was collected by structured interviews and interpreted with of content analysis technique. Rohan's (2000) theoretical model, of a dynamic human values system, has been used as the lens through which the empirical findings are interpreted. This approach brings as innovation to previous discussions that values are more than part of a person's survival. Instead, this author takes them as orientations that allow people to live the best way they can. The results led us to conclude that, although there are differences between the personal value systems and social priority systems of the interviewees, each one found his/her way to adapt to the new circumstances respecting and preserving such value systems, avoiding suffering. This interface, between the human values of the interviewees and the organizational change they experienced, points out to aspects that go beyond survival and being part of a society. At the same time, it showed that the complex formation of a group may contain different systems of personal and social values prioritization in interaction, which does not mean reaching a homogeneous way to cope with the situation. This comprehension justifies why, preserving their values, the employees developed new attitudes and behaviors that allowed them to continue in their jobs: because they gave new meanings to the experienced situation through new ways of feeling and thinking about their work.
En este artículo se presenta una discusión sobre los valores humanos a partir de una situación de cambio organizacional brusco, generado por un proceso de adquisición. El objetivo de esta investigación, de carácter teórico y empírico, fue entender cómo los empleados que experimentaron la adquisicón de la entidad financiera en que trabajaban, fueron capaces de manejar esta situación a partir de los valores humanos. La investigación es cualitativa, descriptiva, de corte temporal por secciones y con perspectiva longitudinal. Los datos fueron recolectados a través de entrevistas semi-estructuradas con los empleados restantes y la interpretación utilizó la técnica de análisis de contenido. El objetivo teórico de este estudio se mantuvo en el modelo de Rohan (2000), sobre el sistema de valores humanos, lo que aporta innovación a la idea de que los valores tienen más que una función en la supervivencia de los individuos, ya que son, cómo el autor llama, las guías de la mejor manera posible de vivir. Los resultados nos llevan a concluir que existen diferencias en los sistemas de valores de prioridad personal y social de los encuestados, en otras palabras, diferencias en la manera de ver y guiar sus comportamientos y actitudes en la situación, pero todos encontraron la mejor manera de vivir en la situación de adquisición, ya que lograron respetar y preservar sus valores personales, para adaptarse a las nuevas circunstancias de trabajo, sin sufrimiento. Esta interfaz entre los valores humanos de los encuestados y el cambio organizacional experimentado por ellos muestra aspectos que van más allá de lá adptación para la supervivencia de los individuos y la participación en sociedad. Al mismo tiempo, muestra que la compleja formación de un grupo puede contener esquemas de priorización de valores personales y sociales diversos, pero en diálogo, sin implicar homogeneidad en la manera de enfrentarse con una situación. Esta comprensión justifica, por último, porqué los empleados, para preservar sus valores, desarrollaron nuevas actitudes y comportamientos que los ponen en condiciones de permanecer trabajando en la entidad adquirente. Porqué cuando proporcionan significados distintos a la situación vivida, experimentan nuevas formas de pensar y sentir el trabajo.